A abordagem reducionista da medicina ocidental inicia-se com Rene Descartes no século XVII que acreditava que a mente e o espírito deveriam ser do interesse da religião enquanto que a ciência deveria se concentrar no corpo físico. Esta visão reducionista é a prevalente, até hoje, nas escolas de medicina onde a mente, emoções e o espírito não são abordados de forma adequada e o estudante tem uma formação centrada na doença e problemas de saúde de partes do corpo, como se o ser humano pudesse ser segmentado e reduzido a pequenas regiões anatômicas sem um olhar para sua completude e suas necessidades que estão além do físico…
O site do Centro de Medicina Integrativa, da Universidade do Arizona, fornece a seguinte definição para o termo “medicina integrativa”: “…medicina orientada para o restabelecimento da saúde (healing) que leva em conta a pessoa como um todo (corpo, mente e espírito), incluindo os aspectos do estilo de vida. Ela enfatiza a relação médico-paciente e faz uso de todos os recursos terapêuticos apropriados, tanto convencionais como alternativos” ( www.integrativemedicine.arizona.edu). O termo utilizado nesta definição em inglês é “healing” que é explicado por Jon Kabat Zinn, pai da meditação mindfulness, no seu livro “Full Catastrophe Living” (1) como interligado a health (saúde) e whole que significa inteiro ou integrado. Então, “healing”, ou seja, o restabelecimento da saúde, gera um processo que aborda a pessoa em sua totalidade e busca um caminho para integrar as distintas dimensões que a compõem. (2)
Nesta visão integrativa utilizamos a abordagem centrada na pessoa, que vai além da medicina reducionista, centrada na doença, onde levamos em consideração as várias dimensões do ser humano, e seus desequilíbrios, que busca uma ajuda ou alivio de seu sofrimento: o adoecimento, a experiencia da doença, a saúde, a mente e as emoções, as relações e também seu caminho de autoconhecimento e espiritualidade. Com esta visão multidimensional podemos auxiliar todos os pacientes na sua trajetória em busca de saúde, bem estar e longevidade. (3)
Na Clínica de Medicina Integrativa, em Miguel Pereira, utilizamos uma abordagem holística onde podemos fazer uso das evidencias da ciência médica ocidental, com toda sua importante tecnologia de diagnóstico e tratamento, associada a sabedoria das medicinas orientais e práticas integrativas como a Medicina Chinesa, Ayurveda, fitoterapia e nutrologia, mas também as terapias corporais, como RPG e Pilates, com objetivo de atingirmos um total bem estar do paciente em busca de saúde e longevidade.
Referencias
1-Kabat-Zinn, J. Full Catastrophe Living. New Yourk. Bantam Books Trade Paper Backs. 2013
2- Bloise, P. Saúde Integral, a medicina do corpo, da mente e o papel da espiritualidade. São Paulo. Editora Senac. 2011
3- Stewart, M. Brown J. B. et al. Medicina Centrada na Pessoa. Porto Alegre. Artmed. 2017.
4- Rakel, D. Integrative Medicine. Philadelphia. Elsevier. 2012.
Prof dr Aderson Moreira da Rocha, clínico geral, reumatologista e acupunturista. Pós-graduado em Nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia. Mestre e doutor em saúde coletiva pela UERJ, diretor cientifico da Associação Brasileira de Ayurveda e professor de Medicina Integrativa da PUC RJ.
